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Santos tem uma vasta área de 232 quilômetros quadrados, quase seis vezes a Área Municipal, que já foi maior com Bertioga, que se emancipou em 1991. Abandonada à própria sorte permanece sem as mínimas condições de moradia. Esteve recentemente nas manchetes quando da inauguração da luz elétrica no Iriri, um dos bairros da Área Continental, isso no século XXI.

Além do Iriri são os bairros de Monte Cabrão, Cabuçu, Caruara, Guarapá, Ilha Diana e Trindade e segundo dados de 2004, tem 4.500 moradores. Caruara é seu bairro mais populoso e nele está o atuante presidente da Sociedade de Moradores do bairro Alfredo Gonçalves Pinto, que discorre sobe as necessidades locais com se lá tivesse nascido. Antes, há 26 anos, foi fundador da Sociedade dos Moradores do bairro do Campo Grande, na Santos-sede, funcionário municipal da saúde.

Saúde, habitação, transporte coletivo, saneamento, educação e questões fundiárias explodem no núcleo abandonado, em que a população vive como na Idade Média, privada de todos os benefícios da área urbana. Atraente sítio para o turismo ecológico desperdiça esse potencial no esquecimento, condenando seus habitantes a uma vida primitiva – sem os mesmos direitos aos conterrâneos da ilha de 52 quilômetros quadrados, a sede do Município.

Exige-se a atenção aos irmãos da Área Continental para que não se separem da mãe Santos que descuida de seus filhos. Seus jovens não têm perspectivas de evolução social, não há empregos e um maravilhoso cenário de rios, montanhas e cachoeiras permanecem como se não existisse mais de cinco séculos depois dos povoadores entrarem em suas matas e, com seu trabalho, construírem a civilização – que ainda não é desprovida do essencial.