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A questão dos Bate-Estacas que “assombra” setores da cidade, notadamente vizinhos, teve uma Audiência Pública na quarta-feira dia 18, realizada pela Comissão Especial de Vereadores que trata do tema, presidida pelo vereador Ademir Pestana e com a presença maciça de autoridades, moradores e técnicos, concretizando o movimento iniciado por ele e que tem recebido adesões diárias.

A atitude deve, agora, seguir na intenção inicial do vereador Pestana de proibir determinados tipos de equipamentos, o que será definido por ele junto com o Secretário de Obras da Prefeitura Antonio Carlos Gonçalves – que também montou uma estrutura para debater sobre o tema.

No encontro, foi celebrada uma ação efetiva para disciplinar e conter a barulhenta tecnologia de construção de prédios, que segundo Ademir “pode e deve atuar como indutora do desenvolvimento imobiliário impossível de refrear, mas que deve obedecer ao comando dos atuais detentores do poder – a população moradora”, disse.

Já na abertura o vereador Ademir Pestana fez um histórico sobre as amplas reclamações populares sobre os incômodos gerados pelos bate-estacas e ilustrou sistemas alternativos ao barulho como pré-furo, falando sobre a trepidação que provoca rachaduras nos imóveis, abalando sua estrutura. O antigo empresário de fundações Jack Rafal apresentou em imagens o sistema que criou do hidrojato, evitando impacto. Ele defendeu que o Município deve regular os sistemas, mas não proibir determinados tipos de equipamento.

Discursos enfáticos tiveram lugar refletindo a revolta contra os incômodos gerados. “Não é a arquitetura que é importante, importante é a vida”, disse a moradora Selma, reproduzindo Niemayer. Ela é vizinha das obras do Embaré que, para muitos, deveria ter sido embargada. “Cidadania não é só obra e concreto”, completou.

O engenheiro Luiz Silva, Marcus Rogério, João Marcos e Luiz Alberto, assim como D. Lola, vizinhos da obra da Rua Álvaro Alvim, discursaram exigindo barreiras às ações dos construtores, um abaixo-assinado que teve mais de 750 assinaturas. Para eles, não basta escolher o sistema pelo custo, mas avaliando o impacto provocado pelo barulho e trepidação – e ainda o impacto das construções nos sistemas comuns de trânsito, água e esgoto.

<"p align="justify">O episódio de um morador que reclamou do barulho dos bate-estacas que continuou, mas que recebeu uma multa pelo barulho do seu portão elétrico foi narrada, entre risos, entre os que ressaltavam que as ações de proteção ao empreendimento foram sempre ativas, ao contrário das reclamações.

O encontro teve presenças importantes como da Promotora do Meio-Ambiente Ana Paula Cruz, que opinou sobre o conhecimento prévio das ações legislativas para permitir sua análise de constitucionalidade em abstrato, ao invés de atuar após instaurada leis que colidam com a legislação vigente.

A Promotora observou que a proibição dos bate-estacas deve ser o caminho – face à dificuldade que seria a fiscalização do barulho, como propõe outros setores. O encontro teve a presença da vereadora Cassandra Maroni, da Arquiteta Sonia Alencar da SEPLAN e da Secretária do Meio Ambiente Ana Lygia, entre representantes de construtoras como a Camargo Correia e a Riviera Group, além do diretor na empresa Penna Rafal, Jack Rafal.