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O BRASIL SOLIDÁRIO, pátria de gente de todo o mundo que aqui veio se integrar de forma homogênea, diferencia-se de diversos países do mundo em que as nacionalidades se enfrentam,mas que aqui se congregam. E se unem e se miscigenam no fortalecimento do corpo e da mente, no fenômeno saudado por Darcy Ribeiro. Agora, recebemos os palestinos.

Os palestinos foram expulsos de suas terras há 60 anos e são a segunda maior etnia, depois dos curdos, a não ter pátria. Desde 1922 que a Palestina tinha administração inglesa a pedido da Liga das Nações, quando foi expulso quase um milhão de palestinos sem que fosse lhes permitida volta no território doado ao Estado de Israel. São oito milhões de palestinos no mundo e 4 milhões vivem em 58 campos de refugiados em precárias condições e é preciso organizar um movimento local em favor dos palestinos.

A cor do brasileiro – não a raça, pois esta só existe uma, a humana – é morena, mulata, cafuza, mameluca, branca, preta, amarela, indígena, escura ou clara? Definir a cor do brasileiro não é tarefa simples. A miscigenação, traço marcante de nossa sociedade, gerou uma imensa gama de cores que não se adapta perfeitamente a nenhum esquema de categorias de cor.

De fato, quando entrevistados em 1998, cerca de 90 mil brasileiros reportaram, respondendo a pergunta aberta, mais de 130 categorias de cor. Somos multicores, de todas as cores e tipos. É essa a diferença, para melhor, do resto do mundo.

Agora, recebemos os primeiros palestinos, expulsos de sua terra pelos que um dia foram desterrados. Condenados a situações indignas de vida e que aqui vieram construir seu futuro, contribuindo para a formação desta terra paraíso de todas as nacionalidades e crenças. Sem falar em raças, porque esta é apenas uma, a humana. De africanos à árabes, europeus, judeus e asiáticos encontraram aqui seu sol e seu lugar, convivendo em paz na antiga terra só dos índios.

Os estrangeiros imigrantes contribuíram para o Brasil. Os conflitos sociais que o Brasil enfrenta hoje não são étnicos ou raciais, não são disputas de nacionalidades, mas de enfrentamento entre classes sociais, entre a miséria e o bem-estar,com tons de competição acirrada gerando o vale-tudo e a marginalidade, os atos de agressão social. Os estrangeiros buscaram a superação, forjando uma nova legislação social brasileira, a que frutificou de suas lutas – muitas a partir de Santos.

Saudamos o futuro do Brasil e mais, desejamos com fé que a Palestina volte a abrigar seus nacionais, que estão sendo vítimas de um violento processo de genocídio e aniquilação, para que sua gente não precise mais fugir – ainda que para paraísos como o Brasil, pois que implicam no abandono de sua terra natal.