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Nestes dias o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, vai anunciar um novo plano de promoção, gestão, financiamento e desenvolvimento tecnológico da saúde pública no Brasil. Não aceita que chame de PAC a esta nova etapa que, esperamos, atenda às filantrópicas que guardam a vida de quase metade dos brasileiros. E precisam de isenções equivalentes aos seus gastos, no mesmo custo. Com seu conhecimento e experiência, Temporão saberá conduzir a questão da sobrevivência das filantrópicas, saindo das multas impagáveis.

É preciso um novo pacto, pois nem os hospitais públicos conseguem sobreviver com os valores SUS, quanto mais os hospitais filantrópicos que tem a exigência de 60% de atendimento. É preciso restaurar os certificados de isenção para não fechar ainda mais entidades médicas, estas que assistem a população desde a descoberta do Brasil.

O ministro Temporão veio tarde, mas na hora, como diz seu nome, para resolver a saúde no país. Cirurgias como de ovário custam R$ 1.500,00, mas o SUS só paga R$ 320.00. Se agravar o estado da paciente, o prejuízo é maior. É preciso sua atenção para isso. Ou será o caos.

O ministro ataca questões fundamentais e disse a que veio, brigando contra o aparelhamento político na máquina do Estado. Ele mesmo diz que não é uma simples indicação do PMDB, mas que seu nome só foi incluído depois de muita insistência do Presidente Lula. Temporão abre fogo também contra a fábrica de desastres e prejuízos que é a indústria do álcool, enfrenta questões religiosas, ataca a estabilidade no emprego por conta da ineficácia que gera, quer produzir equipamentos médicos e remédios. Ele quer fazer do Brasil um pólo dessa produção, mais importante do que os 10% do PIB atuais, quer tratar a saúde como produção de riqueza, desenvolvimento e qualificação profissional com verbas estatais e do BNDES.

O ministro enfrenta poderosos e anuncia ataques, prioritariamente nas escolas, ao consumo de fumo e álcool. Quer trazer informações sobre hábitos alimentares, planejamento familiar, exercícios físicos. São temas de saúde preventiva, redutores de internação, o que se fará mais ainda em se resolvendo a questão da contaminação da água – responsável pela maioria das internações no país. O ministro, enfim, disse a que veio, resta solucionar questões essenciais da filantropia.