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A liberação dos depósitos compulsórios dos bancos brasileiros, para salvá-los, leva à pergunta: será que salvar vidas não seria tão ou mais importante? A vida é o bem maior. O que dizer da situação difícil de quase todas as santas-casas e beneficências no Brasil, em virtude do descompasso entre os valores do serviço que prestam e o que recebem do SUS? Fomos à Brasília levantar esta questão com os hospitais filantrópicos brasileiros, fizemos passeata, imprimimos cadernos demonstrativos provando a impossibilidade de continuar neste processo, em curto prazo – abandonando gente que exige cirurgias, cuidados, atenção, internação, remédios, amor como ao que faltou à bandeira em seu dístico positivista incompleto do princípio que ostenta. Assiste razão ao Professor José Paschoal Vaz, quando escreve na coluna que o problema é que “eles” não usam o serviço público e, portanto, tem dificuldades em avaliá-lo.

O Conselho Nacional de Saúde aponta que a arrecadação da União cresceu 80% entre 1995 e 1999. Se a proporcionalidade de distribuição das receitas tivesse sido mantida, o orçamento da saúde teria chegado a 38 bilhões de reais no ano 2000, ao invés dos 22 bilhões observados, hoje 24. O Governo Federal tem reduzido consecutivamente a destinação de recursos das contribuições sociais à saúde. Afinal, são 10 milhões de obesos, 4,5 de diabéticos, 54 mil pacientes de câncer que exigem Radioterapia, 13 milhões de hipertensos. Nosso equipamento de Radioterapia tem uso 80% SUS.