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A maior cooperativa médica do mundo, a UNIMED, fez 40 anos e recebeu da Câmara Municipal de Santos, através do vereador Ademir Pestana (PSB) uma placa comemorativa. O evento, com mais de 300 pessoas, ocorreu na Sala Princesa Isabel, da Câmara Municipal, na quarta-feira dia 14, iniciada às 15 horas, em clima de grande euforia pela data.

O evento teve o discurso do vereador e da entidade homenageada, representada por seu presidente, o Dr. Raimundo Vianna de Macedo. E representando o prefeito João Paulo Papa, veio a Dra. Irati Nunes Lima, da Secretaria de Saúde de Santos, representando o Dr. Odílio Rodrigues Filho, secretário da pasta, além o senhor Mauro Haddad, representando o deputado estadual Bruno Covas e a Assembléia Legislativa.

O evento teve também a presença do presidente da Federação das Unimeds do Estado de São Paulo, Dr. Eudes Freitas de Aquino, representado pelo Dr. Ronaldo Jorge Nazar. O Dr Luiz Norton Nunes, advogado da UNIMED-SANTOS e presidente do PSB esteve presente.

A sessão foi presidida pelo vereador Carlos Mantovani Calejon e entre os presentes estavam o primeiro presidente da UNIMED-Santos, Dr. José Luiz Camargo Barbosa, o atual vice-presidente, Dr. Claudino Guerra Zenaide, o presidente da Fundação Lusíada, Nelson Teixeira e o presidente do Sindicato das Santas Casas e Misericórdia e Hospitais filantrópicos da Baixada Santista e Litoral Norte e Sul de São Paulo, Felix Alberto Ballerini. O presidente da Sociedad Latinoamericana de Aterosclerosis, Professor Dr. Hermes Toros Xavier, também estava entre os convidados.

Compareceram ainda à solenidade o presidente do Lar das Moças Cegas Carlos Alberto Gomes e a presidente da Associação Mulher da Unimed Santos, Ana Rosa Macedo, esposa do presidente da entidade homenageada – com sua filha Paola Nalie Macedo. Estiveram presentes ainda o Dr. José Luiz Camargo Barbosa, o provedor da Sana Casa Manoel Lourenço as Neves e Diretores da Beneficência Portuguesa estiveram presentes, como a senhora Maria de Lourdes Santos, Marilena Alves Vidal e Geraldo Pequeno Vidal, assessor da presidência da instituição.

Estiveram na homenagem ainda o diretor Jurídico e presidente da Associação dos Amigos a Policia Civil, Jose Rodrigues Liberado, além de Mário Cardoso, diretor técnico da Beneficência e ex-presidente da UNIMED-Santos e da Associação Médica Brasileira. A professora Maria Helena Lamberti, reitora da UNISANTOS, foi representada por Marcia Melzer, além do assessor da Secretaria de Assuntos Jurídicos do Município, Alfredo Coelho Júnior e o presidente do Lions Santos-Sul, Dr. Carlos Guimarães e Sérgio Paes de Mello, diretor administrativo do Hospital São Lucas.

Também compareceu o senhor Adilson de Souza, presidente do Sindicato dos Consertadores e o Dr. Otacílio Santana Júnior, presidente do Sindicato dos Médicos, também esteve presente, representado pelo Dr. Luiz Alberto Vieira dos Santos Filho, assim como o médico Marcello Romiti, presidente a Fundação Galileo e o presidente da Cooperativa Infantil Santos-Gonzaga, Dr. Manoel Aves Carrilho, assim com o presidente da UNICRED Litoral Paulista, Antonio Fernandes Ventura.

O DISCURSO DO PRESIDENTE A UNIMED-SANTOS

Em seu discurso, o Dr. Raimundo Vianna de Macedo, presidente da Unimed-Santos, saudou as quatro décadas de compromisso, “…de responsabilidade, de defesa firme, irrestrita e consistente da saúde” da Unimed-Santos. “Saúde. Vida. Bem-estar. Felicidade. Palavras simples do nosso cotidiano, mas de significados absolutamente profundos”, disse.

O Dr. Raimundo elogiou o “…amigo, parceiro, vereador e trabalhador da saúde Ademir Pestana, já nos proporcionou um brilhante histórico da nossa Cooperativa, resgatando fatos memoráveis que engrandecem esse 40 anos de caminhada”. E então falou “… do presente e do futuro.”

Segundo o Dr. Raimundo, “o complexo e vasto universo da marca Unimed compreende mais de 13 milhões de clientes, o trabalho de 103 mil médicos cooperados – que representam 1/3 do médicos do país, em 378 cooperativas nos mais diversos lugares desse nosso imenso Brasil”.

Para o Dr. Raimundo, “A nossa Unimed Santos insere-se nesse contexto com a responsabilidade de ser a pioneira. Santos, que agora desponta como a capital do petróleo, exportou para todo o Brasil este modelo de assistência médica que dignifica médicos e cidadãos comuns. O reinventar permanente é a base do sucesso de todas as empresas. “

Para ele, “nossa Cooperativa vive um processo de profundas transformações. Consagra-se como uma empresa moderna, competitiva, profissionalizada em todos os seus setores. Uma empresa preparada para os desafios do Século XXI”. Nossa competitividade e nossa liderança no mercado estão estruturadas em bases sólidas e alicerces profundos – qualidade, excelência, consciência de que nosso compromisso é defender esse bem tão precioso que é a vida”.

Destacou o Dr. Raimundo que “a Unimed Santos foi a operadora de saúde pioneira no oferecimento de assistência médica domiciliar. Nossos clientes são atendidos no conforto e segurança do lar, somando o carinho dos familiares à atenção e ao desvelo da nossa equipe multiprofissional. Cada vez mais, nosso foco de ação volta-se para a prevenção. Em breve, estaremos inaugurando a nova sede do Programa Medicina Preventiva. É nosso compromisso criar em Santos uma referência em gestão da Saúde”.

Para o presidente da UNINMED-SANTOS, “as mudanças no mundo do trabalho decorrentes das inovações tecnológicas e organizacionais têm incrementado significativamente a produção nas empresas, eliminando tarefas penosas ou pesadas. No entanto, essa relação estabelecida entre o homem e a tecnologia ocasionou novos riscos para a saúde dos trabalhadores, nos aspectos físico, mental ou social. Para atuar nesse complexo quadro da saúde, temos o nosso Departamento de Medicina Ocupacional e Segurança do Trabalho Preventiva.”

O médico e dirigente da UNIMED afirmou que “temos firmes e sólidos compromissos com os nossos clientes, mas temos também compromissos com a comunidade em que estamos inseridos. Uma comunidade que nos acolhe tão generosamente e à qual, mais do que agradecer, temos que proporcionar retorno e oferecer a nossa contribuição”, destacou.

Disse ainda que “por isso, a Unimed Santos amplia e fortalece as suas ações de responsabilidade social. Há mais de uma década, somos parceiros do Hospital Guilherme Álvaro no incentivo à amamentação. Este ano, trabalho semelhante no município de Peruíbe passou a ter o nosso apoio. Há mais de uma década oferecemos um curso para gestantes, aberto a toda a comunidade.”

Enfático em suas palavras, o Dr. Raimundo disse também que este “é um trabalho que valoriza, ainda mais, esse momento sublime da gestação de um novo ser. Asseguramos assistência médica gratuita às crianças atendidas pelo Educandário Santista.Nosso Projeto Imuni – de Introdução ao Mundo da Informática, garante a crianças oriundas de escolas e serviços públicos a tão sonhada e necessária inclusão digital.”

Destacando as parcerias, disse o dirigente que “somos parceiros do Lar das Moças Cegas, fortalecendo o meritório trabalho de inclusão social da tradicional instituição. Este ano, constituímos a Associação Mulher Unimed Santos, para fortalecer ainda mais as nossas ações de responsabilidade social. Temos plena consciência de que a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais”.

Analisando o quadro nacional, o Dr. Raimundo lembrou que estrutura do sistema de saúde do Brasil mudou muito nos últimos 40 anos. “E a Unimed Santos protagoniza e se integra a essas mudanças.  É tarefa hercúlea cuidar da saúde em nosso País. Indicadores referentes à mortalidade infantil, á infecção hospitalar, á falta de água tratada e de esgotos em impressionantes contingentes populacionais, inclusive nas grandes cidades, colocam o Brasil em condições adversas”, asseverou.

Para o Dr. Raimundo, “doenças de décadas passadas, já erradicadas e controladas em grande parte do mundo, estão novamente presentes em nosso meio. Alicerçado nos ideais de ajuda mútua e solidariedade, o cooperativismo de trabalho médico faz a sua parte de forma responsável e humanitária”.

“A Unimed Santos insere-se no permanente esforço para que o direito a saúde se estabeleça na prática. Somos parceiros do Estado onde este, sozinho, não se mostra capaz. A solução dos problemas de saúde no Brasil é mista e solidária. Por isso, estamos integrados a um novo esforço: a construção do Hospital Unimed Santos. Especialmente para esse fim, adquirimos um terreno de 6.250 metros quadrados, em área nobre da cidade”, enfatizou o dirigente.

O Dr. Raimundo considera que “estamos em fase final de definição do projeto arquitetônico deste que será mais moderno hospital de nossa região.Localização privilegiada, amplo e moderno projeto arquitetônico, infra-estrutura hospitalar de 1º mundo, preparada para dar atendimento aos nossos clientes nas diversas especialidades médicas. O esforço da Unimed Santos é o de implementar um novo conceito de hospital, que ofereça, além de serviços médicos de excelência, conforto e melhor acolhimento aos nossos clientes.

Para o Dr. Raimunhdo, “saúde é vida. Vida é um dom fundamental sagrado. A Unimed Santos, no 40º ano de sua história, reafirma o compromisso de defender, respeitar e valorizar a vida”, concluiu.

O DISCURSO DE HOMENAGEM

O discurso do vereador Ademir Pestana saudou os “senhores doutores, amigos, companheiros, colegas de trabalho pela Saúde Social”, dizendo que “Homenageamos a primeira cooperativa de trabalho na área de medicina do país, que foi fundada em Santos (SP), em 18 de dezembro de 1967. Era – e é – a nossa União dos Médicos – Unimed.

“A UNIMED foi construída a partir da iniciativa de um grupo de profissionais do setor, sob a liderança e o pioneirismo do médico Edmundo Castilho. São 11,8 mil clientes e 1,75 mil cooperados, em defesa da vida. Devem ser mais, agora.

“A UNIMED atua na defesa da vida. E o que é mais importante do que a vida? Na Revolução Francesa, Jean-Paul Marat respondia, aos que lhe acusavam de ser partidário da ideologia de desrespeito à propriedade. Perguntava: qual é a maior as propriedades, senão a da vida? Esta é a que defende a UNIMED, que é egrégia, de `egregius´. É aquilo que se sobressai, que se destaca para o bem. Não como a expressão similar inglesa, que a reduz. E Santos irradia amor à vida, que por seu porto e seu vento transportam, por sua gente exporta criatividade e trabalho – vide registros em sua história – este mais um episódio e heroismo”.

“A criação da UNIMED foi uma reação da categoria à mercantilização da medicina e à proletarização do médico, que ficava impedido de exercer com liberdade e dignidade sua profissão liberal e que, na época, já estava sujeito à ação centralizadora e dominante do Estado – ou à de grupos mercantilistas cartelizados. É hoje a maior cooperativa médica do mundo. E fará aniversário. Na presidência o magnífico doutor Raimundo Viana de Macedo, que há dois anos, completados em abril, que sucedeu o doutor Nestor Biscardi”.

“A UNIMED é fruto de nossa vanguarda na terra de Silvério Fontes, o introdutor do socialismo no Brasil, médico, pensador social, abolicionista, republicano. E Martins Fontes, o poeta e escritor seu filho, médicos da linha de Hipócrates e Lucas, de Saúde Social como ideologia de vida e procedimento, que abraçamos”.

“Abraçamos porque a saúde é um tema político, que exige braços e mentes a pregá-la e defendê-la. A preside este Macedo, cuja origem etimológica portuguesa significa “lugar onde há maçãs / macieiras”. Macedo precedido de Raimundo, que traduz protetor, poderoso. A Unimed Santos foi criada em um contexto histórico propício para a experiência cooperativista. Anos antes de sua criação, em 1967, o Decreto do Poder Legislativo nº 22.239, de 1932, estimulou o cooperativismo no Brasil. Na época, o presidente Getúlio Vargas incitava a formação e o desenvolvimento de cooperativas agrícolas de trigo e soja.”

“Enquanto isso, o visionário Edmundo Castilho formava-se em medicina, com especialidade em cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia. Um dia, o médico recebeu a triste notícia de que havia contraído tuberculose e foi tentar a cura em Campos do Jordão (SP). Durante o ano de estadia na cidade, refletiu bastante sobre a relação médico-paciente e a importância de se estabelecer e cultivar um vínculo forte entre ambos”.

“Castilho carregou esses valores consigo quando foi tentar a vida em Santos (SP). Tornou-se presidente do Sindicato dos Médicos local, onde conheceu a idéia do renomado professor Alípio Correia Neto, a de criar uma cooperativa de médicos. Tal conceito acomodava perfeitamente os ideais daquele jovem. Concomitantemente às propostas discutidas em Santos, o governo de Castello Branco, o primeiro dos generais do fatídico ano de1964, fundou o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1966. Era uma tentativa de unificar e equiparar a assistência médica a todos os trabalhadores do Brasil.“

“Apesar de a iniciativa ter caráter positivo, o sistema não oferecia qualidade e não comportava a massa de brasileiros carentes de atendimento. Desta forma, o governo procurou resolver o problema por meio do chamado convênio-empresa. As companhias retinham 10% do salário mínimo por empregado e por dependente. E se responsabilizavam pela assistência médico-hospitalar dos mesmos.”

“Depois, as firmas acrescentavam um valor à porcentagem retida e terceirizavam o serviço de saúde. A nova dinâmica beneficiava as empresas de medicina de grupo e condenava os consultórios particulares ao fechamento. Na Baixada Santista, destacaram-se a Cosipa e a Petrobras, que reembolsavam os médicos escolhidos por seus funcionários para a prestação de serviços”. Deveria haver então uma alternativa, e foi esse o assunto discutido em inúmeros fóruns do Sindicato dos Médicos de Santos, liderado por Castilho.”

“A descoberta do cooperativismo como o modelo que mais se adequava aos ideais do Sindicato gerou polêmica, e muitos profissionais da saúde recuaram diante de uma ruptura de tal porte. Era um conceito inovador, diferente de tudo o que se conhecia na área médica até então. Essa cooperativa surgia como representante do modelo alternativo e democrático de organização. Contava, na época, com 21 médicos cooperados.”

“Além disso, a unidade da UNIMED de Santos abriu caminho para o surgimento de 90 Unimeds no Brasil, somente nos primeiros três anos de cooperativismo médico, incentivadas e apoiadas pelo idealizador do Sistema. Abriu também as portas dos consultórios médicos particulares para uma grande parcela da população, a um custo acessível e com livre escolha do médico cooperado da preferência do cliente. Ainda nesse período, a medicina assistencial no Brasil atravessava um momento de grande efervescência pela perplexidade que as transformações estruturais da Previdência Social trazia e pelo processo de desacerto da política de saúde do Governo.“

“Nesse cenário, a seriedade e a credibilidade do cooperativismo médico, originário de São Paulo, fez com que outras Unimeds fossem criadas e implantadas por todo o país, em estados como o do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Brasília, entre outros. Assim, com o funcionamento de inúmeras Unimeds, aos poucos foi se firmando o cooperativismo médico.”

“Na década de 70, surgem as Federações Unimed, visando padronizar procedimentos operacionais e estimular a troca de experiências entre as cooperativas de um mesmo estado. Em 28 de novembro de 1975 foi criada a Confederação Nacional das Cooperativas Médicas – Unimed do Brasil, entidade máxima do Sistema Unimed, que congrega Federações e Singulares de todo o país.”

 

“Atualmente esse Sistema tem 30% de participação no mercado nacional de planos de saúde, atendendo 14,5 milhões de clientes. São 376 cooperativas com abrangência em 74,9% do território nacional, nas quais 103 mil médicos cooperados desenvolvem suas atividades.Sua grandeza hoje é de a maior cooperativa médica do mundo. E isto não é pouco. Não é pouco porque, em primeiro lugar, ela surge em nossa Santos de todos os Santos de larga tradição mutualista e cooperavista, como os modelos que existiram no início do século XX.”

“Cooperativismo: União por um objetivo comum. Esta é a sua definição, que representa uma força diferenciada de organização social e traz em seu escopo a solidariedade e a responsabilidade social. Pensar em cooperativas remete às relações trabalhistas, à geração de renda e à melhoria de qualidade de vida da sociedade. Historicamente, a cooperativa sempre traz ganhos e benefícios não só aos seus cooperados, como também à sociedade, que é favorecida por seus produtos e serviços.”

“Outra característica marcante é que a geração de riqueza permanece onde é concebida, favorecendo a comunidade local, além de possibilitar a superação de dificuldades à partir de objetivos comuns e ter aplicabilidade ilimitada, independentemente da categoria profissional.”

“As cooperativas são empresas a serviço de seus membros, mas que extrapolam o conceito empresarial comum. Visto que, além de donos, seus associados são também clientes desta instituição cooperativista. Permitindo que os resultados possam ser também econômicos, sociais, educacionais, agregadores de qualidade de vida, de renda, ou outros conforme os objetivos da mesma, que é a evolução da sociedade sob novos princípios.”

“Nos últimos anos, o cooperativismo tem se mostrado como uma organização de trabalho viável e promissora para uma distribuição de renda mais justa e para o desenvolvimento do país, considerado uma forma democrática para a solução de nossos problemas sócio-econômicos.”

“Neste momento em que a saúde brasileira se une em apelos por sua sobrevivência e manutenção dignas de seu papel, temos que considerar que estamos correndo perigo de vida. No atual rumo dos postos de atendimento da saúde, quanto à sua estrutura de manutenção, a direção é de quebra e de crise. Quem atenderá os brasileiros? “

“É iminente a decadência do sistema hospitalar: hoje, todos os hospitais estão endividados e com destinos traçados salvo alguns, que só trabalham com planos especiais seletivos – sejam filantrópicos, sejam privados. Na emergência, estamos propondo soluções. A solução seria a isenção de impostos dos planos de saúde, que atendem significativas parcelas da população, com repasse dos valores para os hospitais que poderiam atualizar seus custos sem prejudicar o consumidor final, o usuário.”

“A questão é que os hospitais dependem da sustentação dos Planos de Saúde para garantir o atendimento público do SUS, por cujos atendimentos recebem sub-faturamento explícito. A importancia da UNIMED em Santos é o de garantir a maior renda privada para os hospitais, contribuindo para subsidiar os pagamentos sempre defasados do SUS.”

 

 

 

“Se os hospitais privados estão em dificuldades por não poderem repassar seus custos, o que se dirá dos filantrópicos. O Governo cobra dos Planos de Saúde o atendimento dos associados na rede pública, como se estes não tivessem os mesmos direitos universalizados ao atendimento. Cria regras através da ANS – Agência Nacional de Saúde, impondo controle de preços e responsabilidades, em um mercado já competitivo – cuja concorrência já faz os preços.”

“Existem 45 milhões de brasileiros com Planos de Saúde, um quarto da população do país. A mesma eficiência deveria funcionar como incentivo para que as empresas privadas dêem Planos de Saúde para seus funcionários, com isenção a cota patronal em contrapartida. Solenemente justificada, pois que aliviando a rede pública”.

“O que não se pode permitir é que a situação atual prejudique a saúde popular, como vem ocorrendo. A região da Baixada Santista já teve cerca de 420 mil pessoas filiadas a planos de saúde e hoje tem pouco mais de 300 mil, onerando o SUS com estes atendimentos. São mais de 150 mil pessoas que retornaram ao SUS e que poderiam estar na rede privada, aliviando o sistema.”

“Impossibilitados pelo Governo de aumentar seus custos, os hospitais não tem como repassar o aumento de seus gastos para os planos de saúde. Que embora desempenhem funções essenciais na sociedade brasileira, atendem um quarto da população do país. São 57% da população, mais de 200 mil pessoas em Santos. O que livra o governo do atendimento deste imenso contingente. “

“Ao mesmo tempo em que conquistamos os genéricos, barateando a saúde, nos esquecemos que as políticas no setor não podem apenas mirar-se em vantagens imediatas. Como a redução do preço dos planos de saúde. Isso sob pena de comprometer o atendimento público, universalizado e gratuito.”

“Sim, por que estes sistemas auxiliam na manutenção da filantropia, a que atende metade dos brasileiros e a que primeiro presta estes serviço no Brasil desde 1543 – da primeira Santa Casa do Brasil, a de Santos. O controle dos custos da saúde pelo Governo foi favorecido pelos Planos de Saúde, que ajudaram a minimizá-los.”

“As entidades que existiram em Santos no início do século XX, na fase do movimento operário denominada mutualismo, eram entidades mútuas que socorriam os trabalhadores a partir deles mesmos, em face da completa ausência do Estado neste setor naquele tempo. Eram as entidades mútuas, em que todos contribuiam e usufruiam quando necessitassem, o que só nos anos 30 foi incorporado pelo Estado – em um processo iniciado em 1923 com a proteção ao trabalho”.

“A ideologia das chamadas mútuas ou cooperativas, na proposta do francês Pierre-Joseph Proudhon em meados do século XIX, planejou a própria substituição da organização hierárquica do Estado. Isto por uma rede de iguais, em que todos seriam proprietários, capaz de, sem desperdícios, organizar a sociedade sem força nem poderes superiores. São pretensiosos os objetivos das cooperativas.”

“A criação das Unimeds foi fundamentada em sete princípios:

 

1-Livre adesão voluntária

2- Controle democrático pelos sócios

3- Participação econômica dos sócios

4- Autonomia e independência

5- Educação, independência e informação

6- Cooperação entre as cooperativas

7- Preocupação com a comunidade”

“Desde o final do século XIX surgem as primeiras leis cooperativistas. Que nascem no início do século XX e são normatizadas em 1913, ampliadas pelo presidente Vargas em 1932 e extintas em 1966, após o golpe militar de 1964. Santos e região eram palco de muitas destas cooperativas de trabalhadores, que avançavam na sustentação da organização operária e popular e por isso foram destruídas.”

“Foi nessa época que perderam sua autonomia e sofreram abalos com a perda dos incentivos fiscais, submetidas ao estado com a criação do Conselho Nacional de Cooperativismo. Elas se revitalizariam com a Constituição brasileira de 1988 – consagrando o ideário plantado por Pierre-Joseph Proudhon, em meados do século XIX.”

“Com a UNIMED, hoje mais do que nunca, saudamos a vida. Saudamos quem conosco aposta se dedica integralmente a esta missão de fé, de esperança, de resistência, de religiosidade, de idealismo, de militância política e, por que não dizer, revolucionária – a da defesa da vida. Tão simples e tão fácil, tão saborosa e gratificante esta luta e esta batalha, mas existem aqueles que não a encontram pelo caminho. A humanidade é brindada por estes encontros, de pessoas que crêem na regeneração social, que crêem na humanidade, que crêem na cidade e em sua gente, que crêem nas idéias e na prática humanitária.”

“É uma questão de sorte, especialmente para nós, que convivemos com a saúde administrando e fazendo crescer a vida e um hospital. Convivendo com profissionais médicos que declararam seu amor à vida já nos bancos escolares, que se integram, que colaboram, que demonstram o quanto a vida seria melhor se fosse produzida a fórmula social do hospital, atendendo as carências que surgem todos os dias e todas as horas.”

“Em todos estes anos, os hospitais se dedicaram a compra de caros equipamentos importados, para que pudessem atender a todos os que o procuram, no apoio de seus planos privados, como a UNIMED, oferecendo à cidade uma segurança que se equivale à sua realidade geográfica e social metropolitana de mais de um milhão e meio de habitantes, que recebe só em Santos.”

“Um terço desse um e meio milhão é a nossa população fixa, a capital das nove cidades da região – mais de um milhão de visitantes na sua temporada de verão e a cada fim-de-semana. É também item do turismo esta segurança de saúde, para a qual contribui decisivamente a UNIMED.”

“A Beneficência completou em agosto seus 148 anos. Seu grandioso prédio no Canal 2 fez 80, tendo aniversariado no dia primeiro de dezembro de 2006. A Beneficência Portuguesa nasceu da comunidade Lusa, heróica, intrépida, construtora desde sempre. Aqui majoritária desde sempre, que se ampliou e se expandiu como imagem de suja genitora que criou nações em todo o globo. “

“Locais onde Portugal implantou sua lusofonia e sua solidariedade baseada na Rainha Isabel, que no século XV criou as Santas Casas, no pensamento solidário que criou as beneficências – como esta que dedicamos nossas vidas a progredir e fazer existir e continuar, na missão maior da vida. Que defendemos com parceiros valiosos como a UNIMED.”

“Nossa história é dividida com a da UNIMED, parceria indissociável com este e com os outros hospitais privados e filantrópicos que tem com ela, que tem nome de mulher e se disseminou feito uma mãe que espalha seus filhos pela vasta região brasileira, constituindo a maior cooperativa médico do planeta. “

“É essa nossa dificuldade e esta a nossa facilidade, o tamanho do Brasil. Aqui em Santos fazemos grande,damos exemplos. Não como Itu, mas como UNIMED! Parabéns, doutores que fazem alegria nos lares, que fundamentam a criação e o trabalho dos que mantêm vivos e ativos. Parabéns e obrigado pela nobreza de vossas intenções e obras!”, finalizou.