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Sr.Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras:

Neste momento, um flagrante de propagação da mentira histórica sobre um momento épico paulista e democrático foi captado em Brasília, na TV Câmara: no sábado/21, em um especial sobre a biblioteca do Congresso, a diretora do CEDI – Centro de Documentação e Informática, Suelena Pinto Bandeira, narrando os notáveis avanços nos sistemas de pesquisa e memória do núcleo, citou a Revolução “separatista” de 1932. Utilizando o mesmo falso adjetivo dos seus adversários de há 70 anos, tentando mascarar a Revolução Democrática partida dos estudantes paulistas.

Se reincidia nas razões dos usurpadores da Constituição pela qual se clamava, os revolucionários de 30, se vislumbrando que o governo central, seus membros ou delegados, funcionários, necessitam aprender de uma vez por todas que a Revolução de 1932 não foi “separatista”, como acusavam seus inimigos a propósito de derrota-la, versão que persiste, 70 anos após – mas que teve um papel regenerador, que custou o sangue e a vida de muitos.

A Revolução Constitucionalista de 1932, que foi paulista sim, mas acompanhada por outros 15 estados, que foi democrática sim e que resultou na conquista constitucional de 1934, que foi brasileira, sim, pois que resgatava a evolução da sociedade em oposição aos que queriam molda-la ao seu gosto, foi uma página histórica que exige sua legitimidade resgatada.

A mentira, como instrumento de ação no conflito, tem na conjuntura de pressa e aflição próprios do momento sua atenuante. Mas que ela permaneça por 70 anos, propagada por órgãos oficiais, como agora, é inadmissível. Porque age como elemento de corrosão na democracia, na transparência, na participação, na consulta popular, na crítica aberta e livre, sem repressão ou privilégio, fórmulas da ditadura, a que não poderemos voltar.
Isto posto, apresento o seguinte

REQUERIMENTO Nº_________/____________

REQUEIRO, ouvido o plenário, seja oficiado às lideranças partidárias na Assembléia Legislativa de São Paulo e no Congresso Nacional, assim como às autoridades do Governo Federal da Presidência da República e Ministério da Educação e Cultura, c/c da justificativa, no sentido de que seja resgatada a verdade histórica a propósito do episódio da Revolução Constitucionalista de 1932.

REQUEIRO MAIS, que do deliberado seja oficiado c/c da justificativa às escolas municipais e à Secretaria Municipal e Estadual de Educação no sentido de esclarecer os professores sobre o episódio.